sexta-feira, 20 de abril de 2012

Droga, remédio, medicamento... Dá tudo na mesma?

Vocês acreditam que durante muito muito tempo, eu jurava que sim? Mas foi mesmo na faculdade de Farmácia que eu vi que existe um conceito específico para cada termo. E é disso que se trata o post de hoje. Vamo simbora?

DORGA DROGA: É toda matéria-prima, ativa ou inativa, de várias origens (animal - fel de boi, mel de abelha, etc; vegetal - plantas medicinais em geral, após processamentos; mineral - caulim coloidal, etc; biológica - bactérias, fungos e vírus), que tenha (ou não) alguma finalidade medicamentosa ou sanitária. Em geral, é toda matéria-prima de uso farmacêutico;

FÁRMACO: É uma substância resultante dos processos de extração, purificação e beneficiamento da matéria-prima, que, em resumo, vai ter a ação terapêutica desejada. É a substância ativa do medicamento, que por sua vez é...:

MEDICAMENTO: É o produto propriamente dito, elaborado, que contém um ou mais fármacos, além dos demais constituintes como excipientes farmacêuticos (dos quais vamos falar com mais detalhes nos próximos posts), e outras substâncias importantes para que a substância ativa tenha sua função de forma satisfatória. É ele que você vai usar para tratar de qualquer patologia, ou será empregado para fins de diagnóstico laboratorial;

FORMA FARMACÊUTICA: O medicamento que você usa, pode ser encontrado nas drogarias de diferentes formas: em comprimidos; em cápsulas; drágeas; xaropes; soluções oral, nasal, injetável e outras; supositórios; óvulos; pomadas; cremes... Enfim, forma farmacêutica é a forma final de apresentação dos princípios ativos farmacêuticos, incorporados ou não aos excipientes, e com características apropriadas a uma determinada via de administração (oral, tópica, intravenosa...). Afinal, quem é que vai usar uma pomada contra dor de estômago, não é?

Imagem: @prisciencia


REMÉDIO: É qualquer meio utilizado para prevenir ou curar doenças, e nem precisa ser sempre o medicamento! Qualquer agente de natureza física (um alimento, um aroma, uma atividade....) ou psíquica (um grande exemplo disso é o efeito-placebo, que acontece quando alguém recebe uma forma farmacêutica sem o componente ativo, e mesmo assim, ela acaba funcionando de alguma forma! Outro exemplo também é a fé), a que uma pessoa recorre na terapêutica contra males em geral.


Existe ainda uma série de conceitos básicos e importantes para profissionais da área farmacêutica, mas eu preferi reunir neste post, o básico do básico. O suficiente, e o importante para que vocês entendam, como eu passei a entender, as diferenças entre cada termo!

Fontes:
Farmacopeia Brasileira - 5ª Edição, Volume I
Apostila Teórica de Farmacotécnica - UNIPAC
Farmacopeia Homeopática Brasileira - 3ª Edição
Decreto-Lei nº 72/1991 - Estatuto do Medicamento
Apostilas diversas de Farmacognosia e Farmacotécnica da faculdade - arquivo pessoal.

Leitura Recomendada:
KOROLKOVAS, A. BURKHALTER, J. Química Farmacêutica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Cursos online de Química em Yale!

Desde a semana passada que eu tenho visto todo um bafafá sobre os novos cursos online - e gratuitos! - oferecidos pela Universidade de Yale (EUA). Eu, sinceramente, não dava muita atenção a cursos desse tipo, por nenhum deles estar voltado para a minha área (ou as minhas, enfim). Até que hoje eu entrei no site e me deparei com dois cursos de Química Orgânica! Na verdade, um curso dividido em 2 módulos semestrais.
Encontrei também um curso de Engenharia Biomédica que está maravilhoso, e inclui em seu conteúdo Fisiologias Cardiovascular e Renal, Engenharia Genética, Imunologia e Comunicação Celular, entre outros.

Cada curso inclui aulas em vídeo de ótima qualidade (mais ainda se você tiver uma internet de boa velocidade, porque né), além de outros roteiros, leituras recomendadas, e conjuntos de problemas. No final do curso tem o vídeo do exame final com as respostas, e além de tudo isso, você ainda pode baixar todo o material em PDF, e/ou somente os áudios em mp3. Vale salientar que, obviamente, é tudo em inglês; ótimo para dar uma treinada no idioma.

Se você que, como eu, ainda está na graduação, e não é do tipo que se preocupa somente com certificados para complementar a carga horária extracurricular, exigida pela sua faculdade, esta é uma ótima pedida. Você reforça seus conhecimentos, abre sua mente e ainda fica craque no inglês. É uma experiência que super vale a pena.


Mauricio de Sousa, sempre divo.
Links dos cursos que selecionei:
Freshman Organic Chemistry I
Freshman Organic Chemistry II
Frontiers of Biomedical Engineering

E a página inicial da plataforma de cursos online da Yale.

Beijos, boa diversão, e até a próxima.

"Almofa" o quê?

Este não é apenas um blog de Farmácia. Na verdade, este não é um blog apenas de Farmácia. E vocês acreditam que muita gente ainda acredita que o Farmacêutico é somente aquele profissional que fica atrás do balcão da drogaria da esquina, dizendo como se deve tomar um medicamento, ou traduzindo as letras horríveis das receitas médicas? Ou mesmo aquele bruxo que fica enfurnado em um laboratório preparando dorgas xaropes, cápsulas, cremes e tudo o mais?
Pois é com este intuito que O Almophariz surge agora na blogosfera. Vamos conhecer, vocês e eu, um pouco mais do universo dessa profissão tão linda, e as demais ciências que a envolvem. Até porque, não é o objetivo deste blog, um único foco. Da mesma forma que a Engenharia depende, por exemplo, da Matemática e da Física; o Direito, da História e da Política; a Farmácia vai muito além da Química, da Biologia e do balcão da drogaria da esquina.

"Mas peraí, Priscila, o que danado é Almofariz??

Imagem daqui.

Esse simpático recipiente da foto, acompanhado de um pilão (o Pistilo), é utilizado nos processos de pulverização, trituração e mistura de drogas vegetais, sais e outros pós de grande volume. Podem ser de ferro, bronze, mármore ou porcelana (como o da foto acima). Também é conhecido como Gral ou Morteiro, e seu uso é bem proeminente em laboratórios de Química, e em farmácias de manipulação.
Assim, O Almophariz será um instrumento de mistura de diversos conhecimentos, ideias e até algumas "viagens na maionese", que podem resultar numa forma bem gostosa de estudar Farmácia. Bora?